sábado, 19 de março de 2016

ROCHAS, RIOS, SURPRESAS, IMPASSES E INCERTEZAS

Quero correr livre pelos campos, Voar
A vida é cheia de surpresas, impasses, incertezas
E assim nós somos também
Mas podemos olhá-la sempre com novos olhos
fazê-la a nossa vontade
São nossas as escolhas e suas consequências
Os sonhos que idealizamos sobre aquilo que queremos encontrar
nos encantamos Se em nosso caminho
dividimos com alguém o que sentimos isso nos encanta
Nos impele e nos paralisa ao mesmo tempo
Nos tornamos reféns de nossas confissões
É por isso que tantos ficam sós
Soframos um pouco mais
Mas que esse sofrimento não se acomode em nós
Não deixemos as coisas como estão
Não podemos ficar parados esperando o ônibus
Vamos a pé
Podemos trilhar nosso caminho!
na companhia de quem amamos
São engraçadas as pessoas
Cheias de  suas peculiaridades
Ímpares aquelas que nos fazem bem, nos estimulam
Pois também nos desconcertam
Embora por vezes não tenham essa intenção
Semeiam em nós expectativas, as mais intensas
Cada ser é único, uma semente não é igual a outra
Coragem e virtude talvez venham desses sentimentos
Nossas emoções são uma correnteza bravia
E essas são nossas orações ao universo
A amplitude e infinitude dos céus
A força e o amor dos Deuses
A coragem e a perseverança de um coração sonhador
A liberdade e a alegria de uma alma de macieira
Que ao mesmo tempo que finca suas raízes no chão
mostra que pode alcançar o que quer
Pois ao invés de aprisiona-la suas raízes a definem
E somos definidos por nossas raízes
O lugar pra onde sempre retornamos
Mesmo indo buscar longe aquilo que precisamos
Desejo a firmeza das rochas e a fluidez dos rios
A indomável correnteza e a indelével sabedoria dos tempos

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O trabalho ROCHAS, RIOS, SURPRESAS, IMPASSES E INCERTEZAS de THOMÁS CANDIDO DE OLIVEIRA está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

LAÇOS DE ANCESTRALIDADE




Uma macieira é uma árvore
como tal se conecta a toda a natureza
e se conecta com todo o universo dentro e fora de si
Não é a macieira em si que importa, mas como é cultivada.
O que importa mesmo não é o nome mas sim o ser
Uns dizem que arvores são boas ouvintes
outros dizem que isso não é possível
Nem sempre o melhor ouvinte é aquele que fala
Ter uma alma de macieira é ter a consciência superior 
conectada com os instintos e sabedoria que flui através dos tempos
é ouvir a voz da terra e do pássaros
Sentir o ressoar das notas entoadas pela lua e pelas estrelas
É dançar no mesmo ritmo do sol
Compreender que a vida e o universo são repletos de enigmas
Ser e não somente ter a alma de macieira
é correr pelos campos e planícies férteis junto aos ancestrais 
Os espíritos daqueles que já se foram 
e daqueles que assim como nós são eternos buscadores

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O trabalho LAÇOS DE ANCESTRALIDADE de THOMÁS CANDIDO DE OLIVEIRA está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

METAMORFOSE




Pele, luz, de dentro fora ao sol
Cheio de paz também fui
Selando o entardecer com teu crepúsculo cinza claro
Com tuas entranhas estranhamente inquietas, cheias de asco e pesar
tuas mãos cheias de vermes secos e quebradiços
de tuas feridas escorpiões se refestelam
e de tua carne a dor se estende a todo o teu corpo podre
de tua carapaça cheia de pó e de tua alma infestada de traças
Cai ao menos uma gota de suor do trabalho que engrandece o homem
Uma gota purulenta se forma de teus olhos que só querem
e só veem aquilo que convém

A revolta explode em torno de si
A angustia já não sensibiliza mais e a força que um dia foi tua retorna
a tua guia cheia de vidro quebrado
cheia de sangue seco e carne entumecida e suada, cheia de ódio e nojo,
cheia de caroços e montes da lama que flui de tua alma podre
que flui de teu ser demente, de tua carne morta e de tua pele
recoberta de pústulas de arrependimento e mágoa
Da marcha ritmada que segue com teu funeral social a febre negra do que é incerto
Da côrte de tua arma cabal contra a languidez instaurada
Jorra o sangue e o suor de tua incansável jornada existencial.

Das asas negro-escarlate-verde-esmeralda de teu destino semi-escrito nasce
Das folhas em branco pelas garras do corvo arranhadas e pela tinta maculadas
Daqueles que perseguem a dor e o pesar, o medo e o terror,
Da paixão daqueles que sonham infelizes, Da angustia e das lamurias,
Do fardo daqueles que carregam o peso das suas próprias escolhas
e da marcha fúnebre de uma vida marcada pela retrospectiva e do livre pensar
Do pensar demasiadamente em possíveis "se" e em antecipar.
Do coração doente daqueles que pensam demais
Jorram as chamas da perdição das profundezas do espirito.
Da alma putrefata,
do pó dos ossos maltratados e moídos, da alma podre
do corpo podre e das fezes de que se alimentam os carniçais do ódio.
Vamos deixando para traz as casca daquilo que um dia fomos.
Nos transformando e deixando que a pele podre, o pó dos ossos e da carne
O suor, o sangue e a podridão do espirito sejam substituídas.

Chega um momento na vida que as coisas que queremos 
entram em conflito com aquilo que verdadeiramente precisamos. 
Nem tudo pode ser exatamente o que queremos,
 isso nos é ensinado desde quando eramos crianças.
É engraçado achar que podemos mudar o mundo sem sairmos de casa.
Mas é tão certo quanto engraçado dizer que
se queremos algo com veemência, com certeza conseguiremos.
E esta é a magia da vida cotidiana,
que só tem de cotidiana aquilo que fazemos dela.
Não há nenhuma certeza absoluta a ponto de não poder ser derrubada e substituída.
Certas palavras interferem em toda a nossa base de cognição.

É ilusão das pessoas achar que nós temos que fazer o que elas querem só para que elas se sintam melhor com isso
Não compreendo, e ao mesmo tempo sei exatamente o que esta tão errado.
não é um desrespeito
nem uma afronta, sou apenas eu, do jeito que sempre fui

Chega um momento na vida em que temos que aceitar, dar o braço a torcer
Pois nem tudo pode ser como queremos
neste momento percebemos as coisas que temos que deixar para trás
e sempre lembraremos dos sorrisos de quem quem amamos
a época boa passou
o tempo passou e não volta mais
as pessoas mudaram
o que existia foi quebrado
e que há são estilhaços daquilo que foi
e não mais será
Não da mesma forma

É preciso aprender a sonhar
mas sonhar de verdade
quando se partilha aquilo que se sonha
compartilhados não só o sonho mas nossos espíritos
Cheio de fÉ renovada tenho esperança.

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O trabalho METAMORFOSE de THOMÁS CANDIDO DE OLIVEIRA está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.