sexta-feira, 29 de julho de 2016

DILEMA

Gostaria que existisse uma poção magica,
Mas não qualquer uma.
Uma que tivesse a resolução de todos os meus problemas.
Eu sei que todos eles são resultado que cada passo que eu dei
De cada sonho que tive.
Ainda assim gostaria que existisse um elixir que filtrasse todos os meus medos
Diluísse toda minha angustia e quebrasse toda a minha depressão.
Dizem que amar faz isso. Dizem que amar faz tudo isso.
Talvez houvesse coragem para não desistir,
Talvez haja o apoio e a dedicação,
Mas a força foi sequestrada, esta longe de mim.
Parece até que nunca a tive e que é a mais normal de todas as coisas: Ficar e desistir,
Não é apenas descanso, é preguiça em seu nível mais patológico
Quando se mistura a depressão e não se sabe mais qual é qual
e perde-se o/no limiar das coisas,
Exagero? talvez. Medo? pode ser.
Coragem, determinação, foco, disciplina.
São dessas armas que precisamos nos armar para
vencer esse inimigo que está a sola dentro de nós.
Disseram que morri e que não percebi ainda.
Disseram que me perdi e me entreguei a inanição.
Disseram que me queimei e fui queimado.
Me afoguei e fui afogado.
A vida não recompensa covardes
E aqui estou eu, preciso enfrentar
meus medos, angustias, pesares
Quero retornar às minhas forças, olhar para trás
e ter um bom legado para carregar.
Utilizar todos s dons que recebi
faz parte da ordem natural das coisas
mas implica em obstáculos.
A vida nós testa e a natureza nos espera.
O Universo trabalha sempre a nosso favor
e tudo o que nele pedimos recebemos
Consciente ou inconscientemente.
Intencionalmente ou não
Ele nós dá aquilo que pedimos sempre
e recompensa aqueles que fazem mais do que pedem
Ouvem mais do que falam
Lembram mais do que precisam.
Por isso como não temos uma poção tão magica
que em si já contivesse tudo
Continuarei buscando da forma antiga
da coragem antiga e mandarei embora.



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quinta-feira, 28 de julho de 2016

PENA, PALAVRAS E PERGAMINHO

As palavras tem um poder impressionante.
É por meio delas que escoamos o nosso interior.
As palavras são dadivas mas também podem ser maldições.
É preciso ter cuidado,
Nem tudo que se diz tem real necessidade de ser dito.
As vezes o silencio acrescenta mais que a falacia.
Palavras cristalizam. Petrificam. Solidificam.
Palavras ferem e curam
Criam, destroem e transformam
Todo o completo ciclo da vida.
Nem sempre se percebe esse poder
E de onde se espera apoio vem critica.
Gostaria de saber se é difícil.
Sei o quanto foi difícil e
quanto esta difícil nossa situação
Mas gostaria de seguir em frente
Tenho objetivos, sonhos, projetos.
E incrivelmente uma unica palavra
pode tirar minha vontade de seguir em frente
Onde está o livre arbítrio?
onde está a força vital que nos move e nos impele a vida?
Só sei que não quero mais "parar".
Quando "Paro" sinto tudo se esvair
Sinto se dissolver aquilo que tenho e
aquilo que poderia ter se não "Parasse".
Qual a origem desse baixo sentimento que me impede de evoluir?
Não se pode deixar de lado um caminho espiritual
Não se foge das leis do Universo.
Não há ação sem reação.
Tenho um trabalho na vida
E é compreender a origem de meu "parar"
É como se nada mais existisse, e tudo existisse ao mesmo tempo
É como se nada precisasse mais de mim
Mais do que essa vontade quase irreprimível de deixar o tempo passar
E ao mesmo tempo tudo precisasse de mim e eu não saísse por medo
Mas qual a origem de meu medo,
Pois percebo que o que penso e digo não me faz mal
Faz-me mal o desejo reprimido, as palavras não ditas e os "Se"
Se eu tivesse feito,
Se eu tivesse ido,
Se tivesse lido,
Se tivesse estudado,
Se tivesse me doado,
Se tivesse conseguido,
Se, Se, Se.
E quando isso me vem a mente
Me vem também a coragem para
compelir-me a fazer o que é certo
Mas me vem também, a fome e
a força de uma torrente dentro do turbilhão
A fome por coisas que nunca tive
a fome por coisas que penso não ter,
O medo de fazer e errar.
Mas maior que esse medo, é o medo de acertar.
Acertar e ser alvo das expectativas dos outros
expectativas que quando não atingimos, nos destroem
Quando não nós destroem de
uma vez nos corroem pouco a pouco.
Por isso preciso ver e ouvir,
Lembrar e falar,
Gritar e escrever.
No meu grito e no meu texto
Vai impressa a minha liberdade e
todas as minhas angustias
Como se todos os meus pensamentos
fossem extraídos um a um de minha mente
a medida que cada frase é tecida
pelo arranhar da pena ao pergaminho
Exorcizo-me quando escrevo
Porque palavras tem a vida que damos a ela
escreve-las grava imediatamente na
superfície do pergaminho e não só a tinta é absorvida
como também aquele que escreve.
Aquele que perde é o mesmo que ganha
Aquele que destrói é o mesmo que constrói



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sábado, 19 de março de 2016

ROCHAS, RIOS, SURPRESAS, IMPASSES E INCERTEZAS

Quero correr livre pelos campos, Voar
A vida é cheia de surpresas, impasses, incertezas
E assim nós somos também
Mas podemos olhá-la sempre com novos olhos
fazê-la a nossa vontade
São nossas as escolhas e suas consequências
Os sonhos que idealizamos sobre aquilo que queremos encontrar
nos encantamos Se em nosso caminho
dividimos com alguém o que sentimos isso nos encanta
Nos impele e nos paralisa ao mesmo tempo
Nos tornamos reféns de nossas confissões
É por isso que tantos ficam sós
Soframos um pouco mais
Mas que esse sofrimento não se acomode em nós
Não deixemos as coisas como estão
Não podemos ficar parados esperando o ônibus
Vamos a pé
Podemos trilhar nosso caminho!
na companhia de quem amamos
São engraçadas as pessoas
Cheias de  suas peculiaridades
Ímpares aquelas que nos fazem bem, nos estimulam
Pois também nos desconcertam
Embora por vezes não tenham essa intenção
Semeiam em nós expectativas, as mais intensas
Cada ser é único, uma semente não é igual a outra
Coragem e virtude talvez venham desses sentimentos
Nossas emoções são uma correnteza bravia
E essas são nossas orações ao universo
A amplitude e infinitude dos céus
A força e o amor dos Deuses
A coragem e a perseverança de um coração sonhador
A liberdade e a alegria de uma alma de macieira
Que ao mesmo tempo que finca suas raízes no chão
mostra que pode alcançar o que quer
Pois ao invés de aprisiona-la suas raízes a definem
E somos definidos por nossas raízes
O lugar pra onde sempre retornamos
Mesmo indo buscar longe aquilo que precisamos
Desejo a firmeza das rochas e a fluidez dos rios
A indomável correnteza e a indelével sabedoria dos tempos

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LAÇOS DE ANCESTRALIDADE




Uma macieira é uma árvore
como tal se conecta a toda a natureza
e se conecta com todo o universo dentro e fora de si
Não é a macieira em si que importa, mas como é cultivada.
O que importa mesmo não é o nome mas sim o ser
Uns dizem que arvores são boas ouvintes
outros dizem que isso não é possível
Nem sempre o melhor ouvinte é aquele que fala
Ter uma alma de macieira é ter a consciência superior 
conectada com os instintos e sabedoria que flui através dos tempos
é ouvir a voz da terra e do pássaros
Sentir o ressoar das notas entoadas pela lua e pelas estrelas
É dançar no mesmo ritmo do sol
Compreender que a vida e o universo são repletos de enigmas
Ser e não somente ter a alma de macieira
é correr pelos campos e planícies férteis junto aos ancestrais 
Os espíritos daqueles que já se foram 
e daqueles que assim como nós são eternos buscadores

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METAMORFOSE




Pele, luz, de dentro fora ao sol
Cheio de paz também fui
Selando o entardecer com teu crepúsculo cinza claro
Com tuas entranhas estranhamente inquietas, cheias de asco e pesar
tuas mãos cheias de vermes secos e quebradiços
de tuas feridas escorpiões se refestelam
e de tua carne a dor se estende a todo o teu corpo podre
de tua carapaça cheia de pó e de tua alma infestada de traças
Cai ao menos uma gota de suor do trabalho que engrandece o homem
Uma gota purulenta se forma de teus olhos que só querem
e só veem aquilo que convém

A revolta explode em torno de si
A angustia já não sensibiliza mais e a força que um dia foi tua retorna
a tua guia cheia de vidro quebrado
cheia de sangue seco e carne entumecida e suada, cheia de ódio e nojo,
cheia de caroços e montes da lama que flui de tua alma podre
que flui de teu ser demente, de tua carne morta e de tua pele
recoberta de pústulas de arrependimento e mágoa
Da marcha ritmada que segue com teu funeral social a febre negra do que é incerto
Da côrte de tua arma cabal contra a languidez instaurada
Jorra o sangue e o suor de tua incansável jornada existencial.

Das asas negro-escarlate-verde-esmeralda de teu destino semi-escrito nasce
Das folhas em branco pelas garras do corvo arranhadas e pela tinta maculadas
Daqueles que perseguem a dor e o pesar, o medo e o terror,
Da paixão daqueles que sonham infelizes, Da angustia e das lamurias,
Do fardo daqueles que carregam o peso das suas próprias escolhas
e da marcha fúnebre de uma vida marcada pela retrospectiva e do livre pensar
Do pensar demasiadamente em possíveis "se" e em antecipar.
Do coração doente daqueles que pensam demais
Jorram as chamas da perdição das profundezas do espirito.
Da alma putrefata,
do pó dos ossos maltratados e moídos, da alma podre
do corpo podre e das fezes de que se alimentam os carniçais do ódio.
Vamos deixando para traz as casca daquilo que um dia fomos.
Nos transformando e deixando que a pele podre, o pó dos ossos e da carne
O suor, o sangue e a podridão do espirito sejam substituídas.

Chega um momento na vida que as coisas que queremos 
entram em conflito com aquilo que verdadeiramente precisamos. 
Nem tudo pode ser exatamente o que queremos,
 isso nos é ensinado desde quando eramos crianças.
É engraçado achar que podemos mudar o mundo sem sairmos de casa.
Mas é tão certo quanto engraçado dizer que
se queremos algo com veemência, com certeza conseguiremos.
E esta é a magia da vida cotidiana,
que só tem de cotidiana aquilo que fazemos dela.
Não há nenhuma certeza absoluta a ponto de não poder ser derrubada e substituída.
Certas palavras interferem em toda a nossa base de cognição.

É ilusão das pessoas achar que nós temos que fazer o que elas querem só para que elas se sintam melhor com isso
Não compreendo, e ao mesmo tempo sei exatamente o que esta tão errado.
não é um desrespeito
nem uma afronta, sou apenas eu, do jeito que sempre fui

Chega um momento na vida em que temos que aceitar, dar o braço a torcer
Pois nem tudo pode ser como queremos
neste momento percebemos as coisas que temos que deixar para trás
e sempre lembraremos dos sorrisos de quem quem amamos
a época boa passou
o tempo passou e não volta mais
as pessoas mudaram
o que existia foi quebrado
e que há são estilhaços daquilo que foi
e não mais será
Não da mesma forma

É preciso aprender a sonhar
mas sonhar de verdade
quando se partilha aquilo que se sonha
compartilhados não só o sonho mas nossos espíritos
Cheio de fÉ renovada tenho esperança.

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O trabalho METAMORFOSE de THOMÁS CANDIDO DE OLIVEIRA está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.