quinta-feira, 28 de julho de 2016

PENA, PALAVRAS E PERGAMINHO

As palavras tem um poder impressionante.
É por meio delas que escoamos o nosso interior.
As palavras são dadivas mas também podem ser maldições.
É preciso ter cuidado,
Nem tudo que se diz tem real necessidade de ser dito.
As vezes o silencio acrescenta mais que a falacia.
Palavras cristalizam. Petrificam. Solidificam.
Palavras ferem e curam
Criam, destroem e transformam
Todo o completo ciclo da vida.
Nem sempre se percebe esse poder
E de onde se espera apoio vem critica.
Gostaria de saber se é difícil.
Sei o quanto foi difícil e
quanto esta difícil nossa situação
Mas gostaria de seguir em frente
Tenho objetivos, sonhos, projetos.
E incrivelmente uma unica palavra
pode tirar minha vontade de seguir em frente
Onde está o livre arbítrio?
onde está a força vital que nos move e nos impele a vida?
Só sei que não quero mais "parar".
Quando "Paro" sinto tudo se esvair
Sinto se dissolver aquilo que tenho e
aquilo que poderia ter se não "Parasse".
Qual a origem desse baixo sentimento que me impede de evoluir?
Não se pode deixar de lado um caminho espiritual
Não se foge das leis do Universo.
Não há ação sem reação.
Tenho um trabalho na vida
E é compreender a origem de meu "parar"
É como se nada mais existisse, e tudo existisse ao mesmo tempo
É como se nada precisasse mais de mim
Mais do que essa vontade quase irreprimível de deixar o tempo passar
E ao mesmo tempo tudo precisasse de mim e eu não saísse por medo
Mas qual a origem de meu medo,
Pois percebo que o que penso e digo não me faz mal
Faz-me mal o desejo reprimido, as palavras não ditas e os "Se"
Se eu tivesse feito,
Se eu tivesse ido,
Se tivesse lido,
Se tivesse estudado,
Se tivesse me doado,
Se tivesse conseguido,
Se, Se, Se.
E quando isso me vem a mente
Me vem também a coragem para
compelir-me a fazer o que é certo
Mas me vem também, a fome e
a força de uma torrente dentro do turbilhão
A fome por coisas que nunca tive
a fome por coisas que penso não ter,
O medo de fazer e errar.
Mas maior que esse medo, é o medo de acertar.
Acertar e ser alvo das expectativas dos outros
expectativas que quando não atingimos, nos destroem
Quando não nós destroem de
uma vez nos corroem pouco a pouco.
Por isso preciso ver e ouvir,
Lembrar e falar,
Gritar e escrever.
No meu grito e no meu texto
Vai impressa a minha liberdade e
todas as minhas angustias
Como se todos os meus pensamentos
fossem extraídos um a um de minha mente
a medida que cada frase é tecida
pelo arranhar da pena ao pergaminho
Exorcizo-me quando escrevo
Porque palavras tem a vida que damos a ela
escreve-las grava imediatamente na
superfície do pergaminho e não só a tinta é absorvida
como também aquele que escreve.
Aquele que perde é o mesmo que ganha
Aquele que destrói é o mesmo que constrói



Licença Creative Commons
O trabalho PENA, PALAVRAS E PERGAMINHO de THOMÁS CANDIDO DE OLIVEIRA está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

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