sábado, 19 de março de 2016

METAMORFOSE




Pele, luz, de dentro fora ao sol
Cheio de paz também fui
Selando o entardecer com teu crepúsculo cinza claro
Com tuas entranhas estranhamente inquietas, cheias de asco e pesar
tuas mãos cheias de vermes secos e quebradiços
de tuas feridas escorpiões se refestelam
e de tua carne a dor se estende a todo o teu corpo podre
de tua carapaça cheia de pó e de tua alma infestada de traças
Cai ao menos uma gota de suor do trabalho que engrandece o homem
Uma gota purulenta se forma de teus olhos que só querem
e só veem aquilo que convém

A revolta explode em torno de si
A angustia já não sensibiliza mais e a força que um dia foi tua retorna
a tua guia cheia de vidro quebrado
cheia de sangue seco e carne entumecida e suada, cheia de ódio e nojo,
cheia de caroços e montes da lama que flui de tua alma podre
que flui de teu ser demente, de tua carne morta e de tua pele
recoberta de pústulas de arrependimento e mágoa
Da marcha ritmada que segue com teu funeral social a febre negra do que é incerto
Da côrte de tua arma cabal contra a languidez instaurada
Jorra o sangue e o suor de tua incansável jornada existencial.

Das asas negro-escarlate-verde-esmeralda de teu destino semi-escrito nasce
Das folhas em branco pelas garras do corvo arranhadas e pela tinta maculadas
Daqueles que perseguem a dor e o pesar, o medo e o terror,
Da paixão daqueles que sonham infelizes, Da angustia e das lamurias,
Do fardo daqueles que carregam o peso das suas próprias escolhas
e da marcha fúnebre de uma vida marcada pela retrospectiva e do livre pensar
Do pensar demasiadamente em possíveis "se" e em antecipar.
Do coração doente daqueles que pensam demais
Jorram as chamas da perdição das profundezas do espirito.
Da alma putrefata,
do pó dos ossos maltratados e moídos, da alma podre
do corpo podre e das fezes de que se alimentam os carniçais do ódio.
Vamos deixando para traz as casca daquilo que um dia fomos.
Nos transformando e deixando que a pele podre, o pó dos ossos e da carne
O suor, o sangue e a podridão do espirito sejam substituídas.

Chega um momento na vida que as coisas que queremos 
entram em conflito com aquilo que verdadeiramente precisamos. 
Nem tudo pode ser exatamente o que queremos,
 isso nos é ensinado desde quando eramos crianças.
É engraçado achar que podemos mudar o mundo sem sairmos de casa.
Mas é tão certo quanto engraçado dizer que
se queremos algo com veemência, com certeza conseguiremos.
E esta é a magia da vida cotidiana,
que só tem de cotidiana aquilo que fazemos dela.
Não há nenhuma certeza absoluta a ponto de não poder ser derrubada e substituída.
Certas palavras interferem em toda a nossa base de cognição.

É ilusão das pessoas achar que nós temos que fazer o que elas querem só para que elas se sintam melhor com isso
Não compreendo, e ao mesmo tempo sei exatamente o que esta tão errado.
não é um desrespeito
nem uma afronta, sou apenas eu, do jeito que sempre fui

Chega um momento na vida em que temos que aceitar, dar o braço a torcer
Pois nem tudo pode ser como queremos
neste momento percebemos as coisas que temos que deixar para trás
e sempre lembraremos dos sorrisos de quem quem amamos
a época boa passou
o tempo passou e não volta mais
as pessoas mudaram
o que existia foi quebrado
e que há são estilhaços daquilo que foi
e não mais será
Não da mesma forma

É preciso aprender a sonhar
mas sonhar de verdade
quando se partilha aquilo que se sonha
compartilhados não só o sonho mas nossos espíritos
Cheio de fÉ renovada tenho esperança.

  Licença Creative Commons
O trabalho METAMORFOSE de THOMÁS CANDIDO DE OLIVEIRA está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

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